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SUTRA COMPLETO DE VIRGEM

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A Casa do Vazio Luminoso, da Sabedoria Cortante e do Coração Imóvel

O Nome “Virgem”: Pureza, Vazio e Natureza Original

No Buddhadharma, “pureza” não significa moralidade.
Não é “perfeito”, nem “sem erro”.
Pureza é shunyatavazio livre de distorções.

Ser “Virgem” é retornar ao estado pré-cármico,
à mente clara antes do ruído,
ao ser que observa sem se confundir com o que vê.

Por isso:

Asmita é a “virgindade da percepção”.

Shaka é a “virgindade da consciência”.

Fudō é a “virgindade do coração”.

Virgem não é inocência —
é lucidez absoluta.

A Casa de Virgem como Mandala da Sabedoria

Na cosmologia dos Sutras Mahayana, o caminho do Bodhisattva passa por dez bhumis (estágios).
Virgem se alinha com o sexto bhūmi — Abhisamaya,
o momento em que o Bodhisattva compreende a natureza última da realidade.

Aqui:

o ego se desfaz;

as emoções deixam de controlar;

a percepção torna-se transparente;

a compaixão e a sabedoria se tornam uma só coisa.

Por isso a Casa parece imóvel, leve e ao mesmo tempo infinita.
É um mandala vivo — um círculo onde o mundo cessa e o Dharma respira

Asmita — O Dharma como Silêncio

“A forma é vazio. O vazio é forma.” – Sutra do Coração

Asmita é a corporificação do Prajñāpāramitā Hridaya Sūtra,
o Sutra do Coração — a fonte da doutrina do vazio.

Seu próprio nome ecoa asmitā, o termo sânscrito para
“noção do eu” — um dos venenos mentais fundamentais.

Só que em Asmita, o veneno vira remédio.
Ele luta apagando sentidos, desfazendo ilusões,
convertendo o inimigo ao núcleo da própria consciência.

Asmita tira tudo até que reste o que nunca muda:
a Verdade Interna.

Ele pergunta:

“Você consegue existir sem acreditar que é o seu corpo, seus sentidos, sua história?”

Shaka — O Buda que Caminha Entre Mundos

“Onde há apego, há sofrimento.” – Quatro Nobres Verdades

Shaka é o Virgem que renasce desperto.
Ele lembra vidas passadas.
Ele reconhece carmas, laços, ilusões.

Seu nome evoca Shakyamuni, o próprio Buda histórico.

Quando ele usa o Tenbu Hōrin,
não é só uma técnica —
é literalmente a “Roda da Lei Celestial”,
a manifestação do Dharmachakra, símbolo do ensinamento que destrói a ignorância.

Shaka não luta pela vitória.
Ele luta pela libertação —
do inimigo, do herói e dele mesmo.

Sua pergunta espiritual:

“Se eu arrancar suas ilusões, o que resta de você?”

Fudō — O Rei Imóvel, a Compaixão Irredutível

Referência direta: Fudō Myōō (Acala), do budismo esotérico Shingon

Fudō é a ponte entre Terra e Céu.
Seu nome vem literalmente de Fudō Myōō,
o “Imóvel, Inabalável”,
protetor dos Sutras e destruidor da ilusão.

Ele não é serenidade passiva.
Ele é fúria compassiva
a força que só nasce do silêncio perfeito.

Fudō mantém o Dharma de pé mesmo quando o mundo cai.
Ele combate o mal sem hesitar,
mas sem jamais perder o centro.

Sua pergunta:

“Seu coração treme? Ou você é o eixo do próprio universo?”

O Mudra Que Abre o Caminho

Cada cavaleiro de Virgem encarna um mudra específico – um gesto que manifesta o estado espiritual.

Shaka — Dharmachakra Mudra

O gesto que gira a Roda da Lei.
Buda usou este mudra no Primeiro Sermão em Sarnath.

Simbolismo em Virgem:
Shaka não ataca — ele inaugura ensinamentos.
Quando levanta suas mãos, a batalha vira doutrina.

“E assim, o Bem-Aventurado fez girar a Roda da Lei.”
Dhammacakkappavattana Sutta

Em Shaka, isso vira técnica:
Tenma Kōfuku, onde ele literalmente gira o dharma contra o oponente.


Asmita — Dhyāna Mudra

As mãos em meditação perfeita.
Representa o samādhi inicial, aquele ponto em que a mente ainda está viva o suficiente para perceber que vai ser dissolvida.

O ouro pulsante de Asmita corresponde ao momento do Vipaśyanā, quando o adepto vê a vacuidade, mas ainda sente o “eu”.

“Cessa o surgimento do pensamento discriminativo; surge a visão clara.”
Vimalakīrti Nirdeśa Sūtra


Fudo — Fudō-in Mudra (Kongōkai)

Diretamente do Shingon, sem filtros.
É o gesto do Myōō Imóvel, o Acala:

Mão esquerda segurando o laço:
karuṇā, compaixão que captura.

Mão direita segurando a espada:
prajñā, a sabedoria que corta ilusão.

Quando Fudo assume este mudra, ele vira fogo imóvel —
não para destruir, mas para purificar.

O mantra do Acala ecoa nele:

“Nōmaku Samanda Bazara
Sendan Makaroshada Sowataya
Un Tarata Kanman.”

Os Mandalas — Virgem Como Centro e Caminho

Virgem não é uma simples Casa.
É um Mandala.
E cada cavaleiro ocupa um ponto específico dele.

Shaka — O Centro do Garbhadhātu (Útero do Mundo)

No mandala da matriz, o centro é Vairocana, rodeado pelos quatro Budas.
Shaka se posiciona exatamente ali: no ponto que tudo contém.

Ele é o “espelho vazio” do Sutra Mahāvairocana.

Asmita — A Flor de Lótus da Percepção

No Shingon, o mandala possui pétalas que representam os graus da sabedoria.
Asmita ocupa a pétala do Lótus da Visão Correta.

Sua cosmo-ótica é literalmente uma pétala em expansão.

Fudo — O Portão Ígneo do Kongōkai (Mundo do Diamante)

No mandala do Diamante, Fudō Myōō é o guardião do sul:
o ponto do Fogo da Sabedoria.

Fudo (Omega) é colocado precisamente nesse lugar:
a chama que não se move.

Citações Diretas dos Sutras

Virgem nunca foi literatura inventada.
Sempre foi eco de escrituras reais.

Aqui estão as passagens que definem cada um:


Shaka — A Vacuidade Viva

“Forma é vazio; vazio é forma.”
Prajñāpāramitā Hridaya Sūtra (Coração da Perfeição da Sabedoria)

Este sutra define Shaka por inteiro.
Quando ele retira os sentidos, ele não anula —
ele revela.


Asmita — O Olho da Clara Compreensão

“O sábio vê com os olhos da mente aquilo que não tem substância.”
Lankāvatāra Sūtra

Asmita representa exatamente o “ver antes de transcender”.


Fudo — A Ira Compassiva

“Com a espada flamejante corto toda ignorância.”
Acala Vidyārāja Sūtra

A raiva de Fudo não é humana.
É a ira que purifica.

Os Três Testes do Sutra de Virgem

Cada guardião testa um aspecto da mente.

ASMITA – Teste da Percepção

Ele tira seus sentidos para ver se você sabe quem é sem suas máscaras.

SHAKA – Teste do Eu

Ele arranca seu ego e vê se você desmorona ou renasce.

FUDŌ – Teste do Coração

Ele provoca sua fé, sua estabilidade interior, sua serenidade perante o caos.

Quem falha, quebra.
Quem passa, desperta.

A jornada de um herói que atravessa Virgem é a réplica perfeita do caminho do Bodhisattva:

Perceber o vazio (Asmita)
– ver que a realidade não é sólida.

Cortar a ignorância (Shaka)
– iluminar-se pelo Dharma.

Permanecer no mundo com compaixão (Fudō)
– lutar sem perder o coração.

Essa tríade é literalmente o coração do Mahayana.

 

 

O Círculo de Luz que Não Se Move

Asmita dissolve a forma.
Shaka revela a natureza.
Fudō sustenta o despertar.

E quem atravessa Virgem não vence um guardião.
Vence a própria ilusão.

A Casa de Virgem é o ponto onde o Cavaleiro deixa de ser “alguém lutando”
e torna-se “alguém que compreendeu”.

É o meio-dia espiritual do Santuário:
nenhuma sombra,
nenhuma mentira,
nenhuma oscilação.

Apenas o Ser.

O Mantra da Casa de Virgem

(criado POR MIM para este Sutra, inspirado no Sutra do Coração, no mantra de Fudō Myōō e no conceito de Prajñā)

MANTRA DO PORTAL DE VIRGEM

“Gate Hridaya Shunyata Dharma-Fudo Svarupa Hum.”

Tradução espiritual possível:

“Avance, coração do vazio;
torna-te sabedoria;
torna-te firmeza;
torna-te essência.”

 

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