A poesia escondida nas shuriken delas
Sempre senti que as kunoiches foram tratadas como árvores frutíferas que o roteiro esqueceu de regar.
O potencial existia. A força existia. A história… bem, essa sempre foi econômica demais.
Escrevo esta matéria com aquele carinho de quem conhece cada pétala caída no campo de batalha.
Com a convicção de que sempre houve grandeza — só faltava reconhecimento.
Foi percebido, ao longo dos anos, que o universo ninja sempre celebrou seus heróis com o entusiasmo de um festival de verão, enquanto as kunoiches da velha guarda eram tratadas como lanternas cuja luz se mantinha acesa, mas raramente voltada para o centro do palco.
Escrevo isso com aquele misto de nostalgia, carinho e leve indignação poética — porque havia um brilho ali que não merecia poeira.
E, de antemão, deixo claro em tom calmo: Kurenai sempre foi a minha favorita da antiga geração.
E na nova, Sumire ocupa esse mesmo espaço no meu peito narrativo
Mas vamos por partes.

A GERAÇÃO ANTIGA: AS LENDAS QUE O ROTEIRO ESQUECEU
Apesar do talento absurdo, muitas shinobi de Naruto ficaram eternamente esperando um arco só delas. E dói, porque elas tinham material para isso sobejando.
A seguir, uma homenagem justa — equalizada, épica e sincera.
SAKURA HARUNO – O PUNHO ROSA QUE DESAFIOU DEUSES
Disciplina afiada.
Força física que partiu meteoros.
O Byakugō brilhando em campos de guerra como aurora rosa.
Ela perfurou Kaguya, salvou exércitos, sustentou Sarada e ainda se reinventou como uma das melhores médicas do mundo shinobi.
Mesmo tendo crescido além de todos os limites, a narrativa sempre lhe deu menos espaço do que sua grandeza merecia.
Sakura não só evoluiu — ela ascendeu.


TSUNADE – O PUNHO QUE PODIA TER MOVIDO O MUNDO
A Quinta Hokage é uma força da natureza: força bruta absurda, a melhor ninja médica já viva, e a criadora da evolução que literalmente salvou a guerra. Mesmo assim, suas batalhas pessoais — o luto, o trauma, o renascimento — mereciam temporadas inteiras. Tsunade é uma muralha emocional e física que nunca recebeu o holofote que sua lenda pedia.
TEMARI – O VENTO QUE PODIA CORTAR A HISTÓRIA
Temari, estrategista letal e mestra do combate à distância, sempre venceu com três movimentos calculados. Suas batalhas são impecáveis, sua mente, afiada como a própria Kamaitachi. No entanto, o roteiro a relegou a ponte entre tramas maiores — quando ela mesma era capaz de carregar sagas inteiras.


HINATA HYŪGA – A LUZ CALMA DEMAIS PARA OS AUTORES
O Byakugan dela era arte pura. Suas variações do Punho Gentil, poesia marcial. Hinata carregava uma jornada interna linda: superação, coragem, amor. Mas o crescimento técnico, emocional e político da herdeira Hyūga raramente foi explorado. Seu brilho foi imenso, mas seu tempo de tela, mísero.
INO YAMANAKA – A MENTE QUE VIA ALÉM
Mestra do ninjutsu sensorial, comunicadora de guerra, lutadora versátil e estrategista poderosa. Ino tinha tudo para ser o cérebro de conflitos inteiros. Seu clã era um tesouro nunca explorado. Faltou câmera; sobrou talento.


TENTEN – A MESTRA DAS ARMAS SELADAS QUE NUNCA FLORESCEU
Tenten dominava jutsus de selamento e anexamento, uma técnica intimamente ligada às artes do próprio Hashirama Senju. Seu arsenal infinito, sua precisão e seu potencial para manipular armas divinas eram matéria-prima de protagonista.
E, sim, eu diria sem piscar:
se no lugar do Zetsu Negro estivesse Tenten, Madara teria sido selado ali mesmo, elegantemente, como peça de museu.
ANKO MITARASHI – O VENENO QUE FOI DILUÍDO
Carregava o selo de Orochimaru. Era informante, interrogadora, rastreadora, tokubetsu jōnin. Ela tinha drama, conflito, poder e história — tudo embalado numa personalidade indomável. E mesmo assim… foi deixada de lado.


KURENAI YŪHI – A ROSA DE GENJUTSU
Kurenai foi a kunoichi mais injustiçada da geração. Habilidades de genjutsu raras, mente estratégica e potencial vasto. Era a sucessora espiritual da escola de ilusões — mas recebeu um arco desesperadamente curto. A luta contra Itachi já mostrava seu brilho imenso.
Kurenai sempre foi minha predileta, minha joia esquecida.
KARIN – A CHAMA SENJU-UZUMAKI QUE O MUNDO NÃO LEU
Karin tinha cura avançada, rastreamento absurdo, resistência Uzumaki e a linha de chakra mais brilhante da história. Sua relevância científica, emocional e tática era enorme — mas o roteiro a prendeu em alívio cômico quando ela era, na verdade, uma arma política e genealógica de valor incomensurável.
longevidade Uzumaki nunca foi explorado


A NOVA ERA: O RENASCIMENTO DAS LENDAS
Aqui, sim, vemos a chama reacender.
As kunoichi da nova geração carregam poder, narrativas próprias e evolução ativa na trama.
E aqui estão elas — equilibradas, épicas, completas.
EIDA – O PECADO CELESTIAL QUE REESCREVE REALIDADES
Eida manipula karma, desejo, amor, percepção e destino.
Sua mera presença dobra vontades.
É uma entidade mitológica disfarçada de adolescente.
Sua “onipotência social” é uma das habilidades mais perigosas já introduzidas na franquia — e seu papel no enredo é gigantesco.


SARADA UCHIHA – A CHAMA QUE ENCARA O FUTURO DE FRENTE
Sarada unifica a precisão Uchiha, a força monstruosa de Sakura e a mentalidade de Hokage. Seu Mangekyō redefine combate: velocidade quântica, percepção extrema e habilidades recém-reveladas em Two Blue Vortex.
Sarada não pede protagonismo.
Ela toma.
A mais bem escrita de ambas as gerações.
CHOCHO AKIMICHI – O CARISMA QUE LUTA COMO UM IRMÃO DO TROVÃO
Chocho equilibra força física colossal, expansão parcial e controle refinado de chakra alimentado pela linhagem Akimichi.
E ainda tem personalidade, a arma que muitos subestimam.
Em batalha, ela é velocidade, impacto e ritmo.


SUMIRE – A MINHA FAVORITA DA NOVA GERAÇÃO, A DONA DO FUTURO
Sumire amadureceu como poucas. Do Projeto Nue ao alto escalão científico, ela se tornou ponte entre tecnologia, tradição e diplomacia shinobi.
No mangá, Capítulo 28, reforja a espada de Boruto com precisão técnica e coragem emocional — um ato simbólico de renascimento.
Sumire é poder silencioso, inteligência afiada e coração político.
Ela é minha escolha pessoal — minha estrela da nova era.
HIMAWARI UZUMAKI – A CRIANÇA QUE GUARDA UMA DEUSA
Byakugan desperto.
Kurama renascido — e agora dentro dela.
Ela é a colisão do sol gentil com a fera primordial.
Em Two Blue Vortex, encara Daemon com uma calma que só quem nasceu para ser lenda possui.
Himawari não é promessa.
Ela é destino.


MOEGI KAZAMATSURI – A MESTRA OCULTA DO ESTILO MADEIRA
Moegi carrega um dos jutsus mais raros da história: o Estilo Madeira.
Ela o utiliza em contenção, suporte, defesa e mobilização — e seu potencial ainda está sendo apenas arranhado.
A nova era sorri para ela; finalmente há espaço.
DELTA – O RETORNO TECNOCÓSMICO DA FERA MECÂNICA
Versão aprimorada.
Corpo reconstruído.
Velocidade reescrita.
Delta agora é mais do que arma: é legado do Kara reinventado.
Seus lasers, regeneração e sensores fazem dela um monstro renascido — perigoso, elegante e inevitável.


YODO – A MÚSICA QUE GUERRA O ESPAÇO
Manipuladora de vibração, dona de audição sobre-humana, estrategista nata.
Yodo controla o campo de batalha com ondas sonoras que desmontam equilíbrio, foco e chakra do inimigo.
Nos exames e em missões posteriores, foi impecável — ritmo, leitura e precisão absoluta.
O FUTURO FINALMENTE PODE INCLUIR ELAS
A antiga geração carregava ouro, mas nunca teve o mapa.
A nova geração tem mapa, bússola e holofote.
E nós finalmente vemos kunoichi sendo tratadas como devem: protagonistas, peças políticas, armas, consciências, corações e motores da história.
No fim, se Kishimoto plantou flores esquecidas, Boruto começa a regá-las.
E eu, claro, acompanho tudo com brilho nos olhos, porque minha Kurenai finalmente vê uma era onde sua herança espiritual prospera…
e minha Sumire caminha firme como símbolo de tudo que a nova geração promete ser.





